Redação dissertativa pronta - ONU; potências mundiais; direitos fundamentais; governança; guerras; conflitos.



Redação dissertativa pronta para concurso público, vestibular, prova do Enem.
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OS DESAFIOS GLOBAIS E A ONU

(Fonte: Gazeta do Povo)

O melhor exemplo atual de ineficiência do Conselho de Segurança é a inação das potências mundiais em relação à carnificina perpetrada na Síria
As inegáveis – e até poucas décadas atrás inimagináveis – conquistas modernas deveriam conduzir o homem a um novo patamar de progresso e bem-estar. Não é o que está ocorrendo, como consequência de um mundo cada vez mais conflagrado, resultado da incapacidade dos governantes de buscarem soluções para questões com implicações gobalizadas. Se o engenho humano já mostrou a sua capacidade ao colocar o homem na Lua, aqui na Terra questões primordiais ainda esperam pelo entendimento para serem equacionadas. Conflitos bélicos, superpopulação, fome e doenças que dizimam milhões, poluição, terrorismo e ameaça nuclear são alguns dos fantasmas que assombram a humanidade.
Diante de tantos e tão graves desafios, não há como não deixar de lamentar o pífio papel desempenhado pela ONU na busca de caminhos que permitam esperar por melhores dias. Criada em 1945, ao término da Segunda Guerra Mundial, a ONU tem como princípios básicos garantir a paz mundial, defender os direitos fundamentais do homem e promover o progresso social das nações; premissas que, a bem da verdade, acabaram se transformando, em boa parte, em meras peças de retórica diante da sua flagrante inoperância.
Uma situação que leva à inevitável conclusão da urgente necessidade de mudanças capazes de adequar a instituição às exigências de um mundo mergulhado em graves e complexos problemas. Reforma que, não é de hoje, vem sendo objeto de intensas discussões, a começar pelo anacronismo do seu Conselho de Segurança. Integrado de forma permanente por Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido e França (além de outros dez países com mandatos definidos), têm esses países poder de veto sobre qualquer resolução que venha a ser proposta, uma situação que na prática torna inócua qualquer medida, ainda que aprovada pela maioria dos 15 membros, bastando para tal a não concordância de uma das nações com assento perpétuo. O melhor exemplo atual de ineficiência do Conselho de Segurança é a inação das potências mundiais em relação à carnificina perpetrada na Síria, cujo regime tem apoio incondicional da Rússia, que bloqueia qualquer tentativa de endurecimento em relação a Bashar Assad.
Diante deste fator limitante, o sentimento geral (do Brasil, inclusive) é no sentido da promoção de mudanças capazes de refletir a realidade contemporânea. O caminho para isso passa pela criação de novos assentos permanentes e não permanentes, de modo a tornar o referido órgão mais representativo e não limitado apenas às cinco grandes potências, como ocorre desde 1945.
O governo brasileiro vem assumindo, nos últimos anos, um protagonismo cada vez mais acentuado na defesa de mudanças na ONU e voltou a se manifestar na abertura da 67.ª Assembleia Geral, em setembro. Na ocasião, ao proferir seu discurso, a presidente Dilma Rousseff enfatizou a necessidade de uma ampla reforma nos mecanismos atuais de governança da instituição. Citou as guerras e os conflitos regionais em áreas permanentemente conflagradas, com um trágico saldo de perda de vidas humanas e prejuízos materiais incalculáveis. Com veemência, a presidente brasileira criticou as decisões unilaterais tomadas pelo Conselho de Segurança em detrimento das resoluções emanadas do contexto dos demais países membros da ONU.
A posição do Brasil no sentido do fortalecimento da ONU deve ser enaltecida diante do papel indiscutível que o organismo tem a desempenhar no mundo. Afinal de contas, questões ambientais, macroeconômicas, de segurança, saúde e bem-estar têm reflexos globais que demandam atuação conjunta dos países. Uma ONU revigorada em seus estatutos terá mais capacidade para assumir um papel proativo capaz de promover a tão desejada cooperação internacional rumo a um mundo mais seguro, equilibrado e justo.
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