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SEGURADOS INSEGUROS
(Fonte: Correio do Povo)
O Instituto Nacional
do Seguro Social (INSS) tem sido alvo de críticas por conta de possíveis
injustiças cometidas contra trabalhadores que não reúnem condições de retornar
ao trabalho, embora sejam liberados pelos médicos peritos do órgão. Muitas
vezes, diante dessa liberação, ao retornarem para as empresas, são barrados
pelos médicos dos empregadores e ficam sem salário e sem recursos para a
própria manutenção e a de suas famílias. A saída acaba sendo ingressar na
Justiça, em ações que se arrastam por anos e constituem um ônus a mais para o
trabalhador já debilitado.
Essas situações
revelam um profundo conflito a ser mediado para que sejam preservados tanto o
Erário quanto os interesses do empregado. São frequentes os casos de benefícios
fraudulentos, mas isso não pode gerar a presunção de que todo aquele que
solicita o auxílio-doença é um fraudador em potencial dos cofres públicos. É
fundamental que o bom senso prevaleça. O próprio presidente do INSS, Mauro
Rauschild, não obstante ser um ardoroso defensor do instituto da "alta
programada", pela qual o trabalhador recebe uma data para retornar ao
serviço, reconhece que é preciso melhorar os procedimentos adotados nas
perícias realizadas pelo instituto.
Para que se tenha
ideia de o quanto é necessário ter cautela na avaliação das patologias,
recentemente um segurado, na Capital, procurou o benefício porque lhe surgiu um
círculo não captador de imagem no centro do glóbulo ocular. Como o problema não
era facilmente identificável, perambulou por vários peritos, que o liberavam
para trabalhar. Somente no sexto examinador, especialista nessa doença rara, é
que obteve o tratamento adequado e hoje já retornou às suas funções.
A Previdência Social é
um suporte para uma hora de desamparo. É fundamental que os segurados recebam o
apoio a que fazem e fizeram jus.
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